Não faz frio, mas também não existe calor. Já faz um tempo, já não sei quando tudo parou.
Eu a vi sair porta a fora, prometendo nunca mais voltar, eu me perguntei para onde ela foi.
A nostalgia é como morfina, faz a dor ir embora, mas você sabe que ela irá voltar.
Cinzas são os dias a partir de agora, as horas passam, como o sangue pulsando sobre um hematoma. Eu já não sei quem sou, em meio lágrima, sussurro no escuro "eu ainda amo você...". Mas seus ouvidos já não são capazes de me ouvir, minha voz perdeu o tom das músicas que um dia tornaram nossas tardes mais belas.
Nada restou, apenas saudade, fotos esquecidas num canto qualquer, amigos em comum, promessas levadas pelo vento.
O amor é assim? Nos enche de presença, para depois nos encher de vazio?
(Uma autora)